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blog om Norden på portugisisk

sexta-feira, novembro 14, 2003

Tal como os viquingues desceram sobre a Península Ibérica em 882, amanhã um bravo destacamento dos seus descendentes travará uma violenta batalha em Valência, numa tentativa desesperada de baixar os lucros com que Portugal conta no Euro'2004, fazendo a selecção espanhola e os seus milhões de adeptos ficar em casa. Mas como milhões de noruegueses irão a Portugal despender as suas coroas no caso da Noruega se qualificar, aconselho a compra de acções de empresas que produzam bebidas alcoólicos.

A Noruega é um país algo paradoxal no que diz respeito ao consumo de alcool. As bebidas, todas, são caríssimas em qualquer restaurante ou semelhante, com uma cola a custar €3.5 euros, e uma cerveja cerca de €6. Uma garrafa de vinho banal para acompanhar a refeição custa facilmente €25. E, tal como na Suécia e na Finlândia, bebidas com um teor superior a poucos por cento são exclusivamente vendidas em lojas do estado, chamadas apropriadamente Vinmonopolet (para encontrar uma, é só ver aonde há uma fila enorme de gente numa sexta ao fim da tarde).

Consequências: inúmera gente aproveita a sexta à noite para se embebedar; e sendo a polícia aqui tremendamente rigorosa no que diz respeito ao "se conduzir, não beba; se beber, arrisque-se a ficar sem conduzir até 2023", é também o melhor dia de negócio para os taxistas cá da praça. Outros, mais práticos, embarcam no barco para Copenhaga e embebedam-se a bordo duty-free - as bebidas alcoólicas são de venda livre na Dinamarca, o que explica os milhões de suecos e alces bebados que por vezes lá se encontram. E há inclusive barcos que se limitam a sair das águas territoriais o tempo necessário para os passageiros se emborracharem, e depois regressam ao porto.

Uma excepção à regra são, alegadamente, os eleitores do KrF (o partido cristão-democrata, não confundir com o patético PP e o canalha do seu líder), incluindo o nosso amigo Bondevik, que são todos abstémios. Há aliás uma história que a ministra responsável pelo Vinmonopolet nos anos 70, Bergfrid Fjose, introduziu uns sacos cor-de-rosa para os clientes, de modo a que quem andasse com tais sacos na rua fosse automaticamente denunciado como cliente.

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