Encontrei finalmente uma residência - uma subcave a dez minutos a pé do meu local de trabalho, numa zona calma e sossegada. Uma vez que o problema que consumia os meus finais de tarde (percorrer a cidade encontrando uma residência adequada) está resolvido, encontro um pouco de tempo para os meus comentários habituais.
Antes de retornar a Portugal ontem, no final da sua visita oficial às terras gélidas (onde não me encontrou porque por acaso, quando não estava a procura de casa, estava a trabalhar), o nosso querido presidente visitou ontem uma fábrica de bacalhau em Aalesund (na parte ocidental do país), tendo provado uma sopa de bacalhau que achou deliciosa.
Mas o momento alto ocorreu no jantar de gala, quando o primo Haakon (que funciona como regente enquanto o pai, que trabalha como rei e veleja nos tempos livres, está a recuperar da operação) leu um discurso que classificava Portugal de país mediterrânico, o que logo me fez lembrar o Sousa Franco quando respondeu creio que aos comentários do ministro das Finanças holandês sobre o desleixo manuelferreiraleitista das contas públicas nas terras tórridas do sul, respondeu: "Paises mediterranicos? Então não é connosco".
Se em Portugal o comentário do príncipe fez aparentemente correr pouca tinta, já aqui foi notícia de primeira página (pelo menos nos tablóides- mas se o homem torcesse uma unha era notícia na mesma), e produziu muitos sorrisos malvados na Suécia e na Dinamarca. No entanto, acho que não há motivo para ser muito duro com o príncipe (gozar um pouco está bem, mas não sejamos mauzinhos). Ao fim e ao cabo, não morreu ninguém. Não pode por exemplo ser comparado ao mentiroso do Primeiro Ministro Burroso quando disse tinha visto as provas das existência das armas inexistentes.
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