blog em português, dedicado a assuntos nórdicos
blog om Norden på portugisisk

sexta-feira, fevereiro 27, 2004

E o Vålerenga conseguiu safar-se sem ser derrotado pelo poderoso Newcastle, apesar do seu orçamento representar uma ínfima parte do que o Alan Shearer gasta em sapatilhas. Claro que 1-1 é um mau resultado para a segunda mão, mas para a próxima o Robi Bobson aprende a não confundir Oslo com Helsínquia, como fez há tempos.

Já o Rosenborg teve um resultado insatisfatório. Mas daqui a duas semanas, no Lerkendal, a vingança servir-se-á fria. Gélida. Congelada. E já repararam que o jogador estrela do Rosenborg se chama Azar? Azar Karadas , creio que de ascendência iraniana, tem dado azar aos adversários do Rosenborg. Esperemos que o faça mais uma vez.

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quinta-feira, fevereiro 26, 2004

Por vezes acho que, para estes noruegueses, o que fica a sul de Bruxelas é tudo igual. Por exemplo, hoje, na cantina, foi o dia temático italiano. Os tortellini e ravioli estavam óptimos, e eles simpaticamente penduraram no tecto umas bandeirinhas tricolores verdes, brancas e vermelhas. É pena no entanto essas bandeiras estarem povoadas com uma águia a comer uma cobra.

quarta-feira, fevereiro 25, 2004

O Carnaval por estas bandas é ignorado (e a Quaresma também, claro); creio no entanto ser facilmente compreensível porque é que não temos senhoras a dançar o samba vestidas apenas com um fio dental.

Carnaval promete-se no entanto amanhã em Trondheim, onde, esperemos, o Rosenborg sairá gloriosamente vitorioso, e aqui ao lado no estádio do Ulevaal, onde o nosso velho conhecido Robi Bobson trará o seu Newcastle para uma bem merecida derrota aos pés do Vålerenga (se ao menos eles se lembrarem de tirar os esquis antes de começar a jogar!)

Surpreendemente, o Lyn contratou um guarda-redes português, o Nuno, ex-Estrela da Amadora, ex-União de Tomar e ex-OutroClubeQualquer, que segundo a página oficial do clube, apesar o seu 1,87m, pesa apenas 0kg, o que tornará difícil a defesa das bolas mais rápidas.

Mesmo um português no plantel do Lyn não é no entanto suficiente para me desviar do caminho da virtude e da verdade (i.e., apoiar o Vålerenga).

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segunda-feira, fevereiro 23, 2004

Para contrabalançar os belos dias de sol que temos tido, ontem estavam seis ou sete abaixo de zero. Hoje, no entanto, o sol tornou a sorrir (ou seja, o sol só sorri quando tenho que trabalhar).

Mas o solstício já vai longe, e, segundo o Aftenposten, hoje haverá mais quatro horas de luz em relação ao dia mais curto do ano - o sol já anda a trabalhar dez horas por dia, em vez das míseras seis de dezembro.

quinta-feira, fevereiro 19, 2004

GRATULERER MED DAGEN!

é que se dá os parabéns na língua gélida falada por estas bandas...

Sopa de bacalhau
Klippfisksuppe

Como mencionado anteriormente, o nosso querido presidente adorou a sopa de bacalhau que lhe foi servida em Ålesund, ao ponto, segundo o Aftenposten, de pedir a receita, que estamos em condições de divulgar; o meu norueguês culinário não é grande coisa, por isso se alguêm vir que há uma asneira grandiosa (grandiosa aqui é uma pizza), avise. E em caso de dúvida, a versão norueguesa é que é válida!






KLIPPFISKSUPPE
40 gr smør/margarin
60 gr hvetemel
1 liter fiskekraft
1 dl kremfløte
1 dl rømme 35 %
1 ss 7 % eddik
1 ss sukker
salt og hvit pepper
60 gr gulrot
60 gr purreløk
litt gressløk
150 gr utvannet klippfisk


Kok fiskekraft av bein og fiskekjøtt av klippfisk (maks 25-30 minutter). Ta ut bena og kok videre med de fire store: Purreløk, gulrot, sellerirot og løk, og reduser kraften til det halve. Smak til kraften med litt salt.

SOPA DE BACALHAU
40 gr manteiga/margarina
60 gr farinha de trigo
1 litro fiskekraft (seja lá o que isso for)
1 dl natas
1 dl creme amargo 35 %
1 colher de sopa vinagre 7 %
1 colher de sopa de açúcar
sal e pimenta branca
60 gr cenoura
60 gr alho
um pouco de cebolinho
150 gr de bacalhau seco

Cozer o fiskekraft (que aparentemenet consiste em água que foi usada para cozinhar peixe) com o bacalhau (uns 25-30 minutos). Tirar os ossos e cozinhar mais com as quatro especiarias: alho, cenoura, sellerirot e cebola, até o fiskekraft ficar reduzido a metade. Dar sabor ao preparado com um pouco de sal.




Como desde os tempos em que eu jogava Pizza Tycoon que não invento nada culinariamente, acho que vou dispensar esta nova experiência.

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domingo, fevereiro 15, 2004

Ontem, aproveitando uma visita das Terras Tórridas, e os dias de sol que estamos a ter, fui passear pela Marka (a floresta que rodeia Oslo), até ao Holmenkollen.

Passamos por um pacífico pai que tentava ensinar o seu filho (aparentando uns três anos) a esquiar, no que é sem dúvida um método de tortura infantil originário destas terras gélidas; lembramos que os noruegueses costumavam nascer com esquis nos pés, mas essas tradição caiu em desuso em meados do século XX, e actualmente os noruegueses só adquirem os seus esquis cerca dos três anos. O outro método de tortura aplicado aos infantes locais era a ingestão de lutefisk, um preparado de peixe (hesito em chamar-lhe prato), que também caiu em desuso.

Um aspecto curioso é que tornei-me a cruzar com pai e filho ontem no metro, vindos da mesma direcção. No entanto, o miúdo aparentava um ar feliz e satisfeito, o que indicava ele estar contente por a lição de esqui ter finalmente terminado.




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Ainda falando da visita presidencial, que deu muito pano para mangas, uma coisa que seria impensável nas Terras Tórridas: o ministro das Finanças local compareceu ao jantar com o seu, bem, pois, coiso, que lhe hei-de chamar, camarigueiro (=camarada+amigo+companheiro).

Quanto à pergunta se eles são casados, presumo que não. Mas presumo simplesmente porque às vezes tenho a impressão que aqui nunca ninguém se casa. Na maior parte dos casos, as pessoas simplesmente vivem juntas (samboer), tem filhos (bom, o ministro das finanças talvez não), fazem vida de casal totalmente normal, mas nunca assinam nenhum papelinho. Será que são eles que tem razão?

sexta-feira, fevereiro 13, 2004

No entanto, não se deve criticar excessivamente o príncipe por não se ter apercebido da asneira que lhe escreveram no discurso; afinal, a embaixada portuguesa referiu-se em comunicado à responsável pelos serviços de imprensa do MNE local, a Sra. Klepsvik como Sra. Kleppfisk, sendo que klippfisk (o peixe das rochas) não é senão o nosso querido bacalhau.

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O meu silêncio deve ser principalmente devido ao factor Octávio Malvado (muito trabalho, muito trabalho), e o facto de nada de importante se andar a passar (bom, há umas provitas de biatlo, e pessoal a saltar do Holmenkollen, e esperemos que não a se estatelar vigorosamente no chão); há uns comentários quaisquer de um senhora que vive no Brasil há muitos anos e é qualquer coisa ao rei (irmã ou coisa parecida).
Mas, depois de os nossos doces vizinhos se terem rido com a gaffe principesca que levou o regente do reino a referir-se a Portugal como um país mediterraneo, o rei da Suécia, que é casado com uma brasileira mas não é exactamente famoso pela sua mente brilhante, em viagem ao Brunei (aquele sítio onde o sultão é tão rico que as cavalariças do palácio tem ar condicionado) louvou o ditador local, a «sociedade aberta» do país (onde os opositores políticos são despachados para os colabouços, os partidos e sindicatos proibidos, etc, etc), e outras parvoíces semelhantes.


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segunda-feira, fevereiro 09, 2004

Para não me chatearem mais com perguntas dessas, a temperatura do lado de fora da minha subcave pode ser vista aqui.

sexta-feira, fevereiro 06, 2004

O voo de Francoforte para Oslo (jantar: um matpakke com uma sandezinha e um chocolatinho) vinha repleto de portugueses viajando para Alta (nas terras ainda mais gélidas do ainda mais norte), aparentemente para trabalho de construção civil. Não há maneira de nos vermos livres de nós. Onde quer que eu esteja, há sempre um português. Normalmente eu.

Ou, como diz o comentário atribuido a um qualquer actor francês: "é terrível! sempre que encontro uma mulher simpática, ou ela é casada ou sou eu."


Encontrei finalmente uma residência - uma subcave a dez minutos a pé do meu local de trabalho, numa zona calma e sossegada. Uma vez que o problema que consumia os meus finais de tarde (percorrer a cidade encontrando uma residência adequada) está resolvido, encontro um pouco de tempo para os meus comentários habituais.

Antes de retornar a Portugal ontem, no final da sua visita oficial às terras gélidas (onde não me encontrou porque por acaso, quando não estava a procura de casa, estava a trabalhar), o nosso querido presidente visitou ontem uma fábrica de bacalhau em Aalesund (na parte ocidental do país), tendo provado uma sopa de bacalhau que achou deliciosa.

Mas o momento alto ocorreu no jantar de gala, quando o primo Haakon (que funciona como regente enquanto o pai, que trabalha como rei e veleja nos tempos livres, está a recuperar da operação) leu um discurso que classificava Portugal de país mediterrânico, o que logo me fez lembrar o Sousa Franco quando respondeu creio que aos comentários do ministro das Finanças holandês sobre o desleixo manuelferreiraleitista das contas públicas nas terras tórridas do sul, respondeu: "Paises mediterranicos? Então não é connosco".

Se em Portugal o comentário do príncipe fez aparentemente correr pouca tinta, já aqui foi notícia de primeira página (pelo menos nos tablóides- mas se o homem torcesse uma unha era notícia na mesma), e produziu muitos sorrisos malvados na Suécia e na Dinamarca. No entanto, acho que não há motivo para ser muito duro com o príncipe (gozar um pouco está bem, mas não sejamos mauzinhos). Ao fim e ao cabo, não morreu ninguém. Não pode por exemplo ser comparado ao mentiroso do Primeiro Ministro Burroso quando disse tinha visto as provas das existência das armas inexistentes.

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terça-feira, fevereiro 03, 2004