Reis e rainhas nórdicos
[Nordiske konger og dronninger]
Aparentemente, o Haakon Magnus, que é filho do rei ou coisa parecida, não vai poder gozar o mês de licença de paternidade habitual quando o seu primeiro rebento nascer em Janeiro, pois estará muito ocupado a ser regente devido à doença do senhor Haraldo.
Não vou entrar em pormenores sobre a família real, pois há inúmeras revistas em Portugal que farão o serviço melhor que eu. Aproveito no entanto a oportunidade para falar de alguns reis notáveis da história das terras gélidas.
Ao contrário dos reis medievais portugueses que tinham cognomes como «Conquistador» ou «Povoador», os reis da Noruega na idade dourada dos viquingues tinham nomes mais apelativos - tais como o Harald Hårfagre (da bela cabeleira, por ter segundo a lenda prometido não a cortar enquanto não fosse o único rei da Noruega, e cuja rua é ao lado da minha), o seu filho Erik Blodøks (machado sangrento, sem explicações necessárias), Harald Blåtann (dente azul) ou Svein Tjugeskjegg (barba bifurcada). Falar de rei da Noruega é no entanto um pouco anacrónico pois o país estava dividido e vários reininhos, o que dava um significado algo violento à cultura de campanário.
Olav II Haraldsson (995-1030), Santo Olavo, patrono da Noruega foi canonizado pela Igreja Católica pelos seus serviços à fé cristã, nomeadamente massacrando de maneira um pouco sanguinária os pagãos. A sua popularidade póstuma parece estar às avessas com a impopularidade em vida, tendo tombado em batalha (eram os tempos em que os chefes de estado e os seus ministros da defesa também morriam nas guerras que organizavam).
Harald III (1015-1066) participou nessa batalha, escapuliu das terras gélidas para salvar a sua pele, lutando ao serviço do Império Bizantino no que é agora a Bulgária (cujas praias do Mar Negro são mais quentinhas), para mais tarde regressar, derrotar os seus oponentes, tentar a conquista de Inglaterra, e ser, como o Manchester United, derrotado em Stamford Bridge, numa batalha que lhe custou a vida.
Através de algum processo sucessório que nem eu compreendo muito bem, o trono da Noruega seguiu para mãos dinamarquesas, Margarida I (1353-1412), rainha da Dinamarca, da Suécia e da Noruega, provou no seu tempo que uma mulher conseguia ser uma intriguista tão boa como qualquer homem, conseguindo manobrar a união os três reinos durante o seu reinado sob a sua autoridade. A incompetência de Cristiano II levou à perda da Suécia, mas a Noruega ficaria unida à Dinamarca durante mais de 500 anos.
Dos reis da Dinarmarca que também o foram da Noruega (e cujo nome alternava entre Frederico e Cristiano), a personagem mais marcante foi talvez Cristiano IV, o tal que achou que Oslo não soava bem e que Cristiânia era melhor para o turismo. O rei era, ao contrário da maioria da sua dinastia, visita assíduas nas terras ainda mais gélidas.
No próximo programa, vamos falar sobre outros monarcas marcantes destas terras gélidas.
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