blog em português, dedicado a assuntos nórdicos
blog om Norden på portugisisk

terça-feira, dezembro 23, 2003

Descubra as semelhanças:

sexta-feira, dezembro 19, 2003

Uma palavra no entanto sobre as runas, o nome de escrita tradicional nestas terras gélidas nos primeiros anos da era cristã.

᛫ᚹᚱᛁᛏᛁᛝ ᚫᛝᛚᚩ ᚱᚢᚾᛁᚳ ᚢᚾᛁᛣᚩᛞᛖ ᚩᚾ ᚹᛁᛣᛁᛈᚫᛞᛁᚫ᛫
(não me perguntem o que isto quer dizer, e atenção ao tipo de letra, que pode tornar ilegível o texto acima)

Como é fácil de compreender, as runas eram um alfabeto usado principalmente para curtas mensagens entalhadas em madeira ou pedra (ou pelo menos não sobram exemplos do contrário), o que explica a ausência de curvas (pouco práticas para escrever com uma faca na madeira[1]). Por isso muitas das mensagens, especialmente em pedra, eram breves, do tipo "Eu Olav Olavson escrevi nesta pedra", "Eu Olav escrevi" ou por vezes simplesmente "Escrevi".

As runas tem um certo aspecto místico (mistisk em norueguês quer dizer misterioso), e um obscuro escritor britânico inspirou-se nas runas no universo que criou (nomeadamente descrito na sua obra pouco conhecida "O Senhor dos Anéis"), pelo que as runas élficas traçam a sua descendência - como muito mais nas obras desse obscuro autor - a estas terras gélidas.

[1] um exemplo interessante do contrário e sem nenhuma relevância para este blogue é o alfabeto birmanês, que era escrito em folhas de palmeira, e que portanto está cheio de curvas, porque rectas romperiam as folhas.

E a hora da partida para as terras chuvosas do sul aproxima-se. Domingo às 15:30 devo estar a aterrar no aeroporto mais mal-nomeado do planeta (há vários outros aeroportos com nomes de pessoas, mas nenhuma delas, que eu saiba, morreu num desastre de avião). Para trás ficam muitos temas que ainda não foram referidos, e sobre os quais uns posts seriam bem merecidos (e que provavelmente serão escritos em dias chuvosos na Invicta em vez de dias nevosos em Oslo).

Regresso curiosamente no dia do Solstício, a noite mais longa do ano, que a Igreja roubou aos pagões de outrora adiando-o um par de dias e transformando-o num festival cristão e que o consumismo roubou à Igreja (ladrão que rouba ladrão tem cem anos de perdão), transformando-o num festival do consumo.

A todos os meus parcos leitores, os meus desejos de um feliz solstício com pouco consumo, e que não se consumam.

sexta-feira, dezembro 12, 2003

Rosenborg vs. Benfica
[Nei! Jeg må støtte RBK :-(]

Bom, apesar de não ter grande simpatia pelo Rosenborg, desejo-lhes encarecidamente a passagem à eliminatória seguinte (se possível com duas goleadas históricas), desejo que _não_ se extende ao Newcastle e ao Manchester United.

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quinta-feira, dezembro 11, 2003

Um pormenor interessante é que os dias da semana em várias línguas são derivados dos deuses romanos (nas línguas latinas) e dos seus equivalentes nórdicos (nas línguas germânicas).

Assim, a Lua dá o nome à segunda; Marte e Tiw à terça; Mercúrio e Woden à quarta; Jupiter e Thor à quinta; Vénus e Freya à sexta; Saturno e Laur ao sábado; e o Sol, ao domingo.


lundiMondaymandag
mardiTuesdaytirsdag
mercrediWednesdayonsdag
jeudiThursdaytorsdag
vendrediFridayfredag
samediSaturdaylørdag
dimancheSundaysøndag


Claro que os portugueses tinham que ser esquisitos, e ser os únicos que seguiram a decisão papal de limpar os nomes de deuses pagãos dos dias da semana.


Quanto aos meses, infelizmente, os nomes tradicionais foram substuidos por nomes aborrecidos como april, (que se chamava Saidtið; "tempo da sementeira"), september (que se chamava Hanstmanuðr, "mês da colheita"), e oktober (cujo nome clássico era Gormanuðr, mês sangrento).

E como eu tinha prometido, alguns comentários sobre o paganismo escandinavo na época viquingue, que tanto inspiraram famosos escritores ingleses.

As lendas que cercam a mitologia nórdica são inúmeras, e davam para vários livros, que felizmente já foram escritos. Aliás, é devido a alguns desses livros (escritos na Islândia já depois da cristianização das terras gélidas, uma vez que, aparte as runas, pouco se escrevia no tempo dos viquingues) que temos uma noção mais detalhada da sangrenta mitologia do Norte.

A mitologia das terras gélidas englobava deuses, anões, duendes (ou elfos) - o que vos deve fazer lembrar alguma coisa.
Para os nórdicos, o universo era um gigantesco freixo, Yggdrasil, onde ficavam a residência dos deuses, o Asgård, e a dos homens, o Midgård, que por mera coincidência se pode traduzir como Terra Média, além de outros mundos para outros seres sortidos.
Entre os deuses mais famosos, encontravam-se o Odin (o do trovão, e pai deles todos), o Thor (o do martelo) e a Freya (a da fertilidade).

Alegadamente, os guerreiros tombados gloriosamente em batalha passavam para o Vallhalla, onde passavam os dias a enfrascar (tradição ainda seguida) e na pancadaria sanguinária (tradição que caiu em desuso), acordando no dia seguinte prontos para a nova batalha, e assim sucessivamente até à batalha final - Ragnarök - onde o mundo seria destruído. Os que morriam de velhice ou doença desciam ao Helgarð, o inferno, que ao contrário de outros infernos era ainda mais gélido que as terras gélidas.

A religião é oficialmente reconhecida nalgumas das terras gélidas, embora a percentagem de humoristas entre os seus aderentes pareça ser elevada.

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terça-feira, dezembro 09, 2003

E, para mostrar a popularidade do meu blogue, nada como ninguém ter reparado na minha gaffe, ao ter escrito que o grande campeão do protestantismo Gustavo Vasa tinha morrido numa batalha contra os malvados protestantes. Obviamente, deve ler-se pérfidos católicos.

Ainda falando de reis, devem-se lembrar de eu ter dito que o rei Olavo V era muito popular por uma vez ter andado de electrico. Embora seja verdade, correm boatos que ele não pagou o bilhete.

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A fé e a espada
[Tro og sverdet]

Será talvez uma boa altura para falar de religião nas terras gélidas do norte.

Os viquingues, claro, eram pagãos. A mitologia nórdica merece um artigo por si próprio, que escreverei um dia destes.

Como já referi noutro post, Santo Olavo foi o grande responsável pela expansão do Cristianismo, versão Católica Romana, e pela redução do número de pagãos no país pelo uso exaustivo da espada. Viria a ser canonizado, o seu túmulo em Trondheim constituindo a versão nórdica de Santiago de Compostela.

A versão luterana do cristianismo foi introduzida mais tarde, em 1536, com a Reforma, de uma maneira essencialmente política - o rei da Dinamarca, que na altura incluia a Noruega, achou que seria lucrativo pilhar a propriedade que a Igreja tinha pilhado ao longo dos anos, e de que qualquer modo uma igreja do qual ele era chefe era menos problemática do que uma igreja cujo chefe era um italiano metediço.

Sendo assim, 90% dos noruegueses são nominalmente protestantes, e a Igreja Norueguesa é a igreja de estado (Artigo §2 da Constituição), os seus aderantes são constitucionalmente obrigados a criar os seus rebentos na mesma, e os jesuítas e judeus estão proíbidos de entrar no país (bom, essas partes já foram revogadas). No entanto, com a progressiva secularização da sociedade, diz-se que o norueguês típico só vai à Igreja em média três vezes na vida (baptizado, confirmação e casamento), e uma quarta pouco depois dela. E em duas dessas, vai levado (alguns argumentam que também é o caso no casamento).

Um dos aspectos curiosos é que, segundo a Constituição pelo menos metade do governo deve ser aderante da Igreja de estado - o que, se não é problema com governos de direita, faz com que cada vez que os trabalhistas chegam ao governo vários dos potenciais ministros tenham que aldrabar a sua consciência e reinscrever-se à pressa para o governo ser legal.

Por um daqueles azares, não só moro perto da Kirkeveien - a Avenida da Igreja - como ainda por cima, moro perto da igreja que dá nome à rua, e cujos sinos tradicionalmente me perturbam o sono matinal de domingo.

Os sinos foram a causa do pedido da Comunidade Islâmica de Oslo - e lembremo-nos que dez por cento da população da cidade é muçulmana - para poder berrar a chamada à oração das sextas-feiras do minarete da mesquita central - o que foi autorizado, desde que não exceda um número ridículamente baixo de decibeis.
Isso foi usado como precedente pela Associação dos Pagãos, que teoricamente acreditam no Thor e no Odin, mas que na prática não passam de um bando de ateus com sentido de humor, que pediu para poder berrar do alto do telhado de um dos seus membros que deus não existe, não há salvação, e a responsabilidade é nossa- o que foi concedido. O que foi usado como precedente por um grupo evangélico para berrar exactamente o contrário - o que também foi concedido.
Para completar o ramalhete, claro que existe também a Igreja Católica, quanto mais não seja pelo número razoável de imigrantes da América Latina e do Vietname.

Quanto a mim, já pensei em aderir a Associação Humano-Ética. Mas os pagãos tem os melhores slogans.

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quinta-feira, dezembro 04, 2003

E o que se conclui daqui?
Enquanto muitos chefes de governo (cargo que frequentemente acumulavam com o de ministro da defesa) nórdicos caíram no campo de batalha, apenas temos um para apresentar: D. Sebastião (que curiosamente acumulava o cargo com o de ministro da defesa), que tombou em Alcácer-Quibir numa guerra em que se quis meter. Porque não seguiram outros chefes de governo - sei lá, a grande besta do Salazar, ou o reles canalha que temos como ministro da defesa- o exemplo de D. Sebastião e foram eles próprios meterem-se nas guerras que arranjavam ou com as quais colaboraram? Também aqui, os países nórdicos parecem exemplos a seguir.

Reis e rainhas nórdicos II
[Nordiske konger og dronninger II]

Segundo episódio da série dedicada às cabeças coroadas das terras gélidas.

No meio da confusão gerada pelas guerras napoleónicas, a Dinamarca aliou-se à França alegadamente por não ter apreciado o serviço da marinha inglesa violando-lhe a neutralidade, destruindo-lhe a frota e bombardeando Copenhaga. Foi uma má escolha, e isso levou à perda da Noruega. O Príncipe herdeiro, Cristiano Frederico (devem-se lembrar que os reis da Dinamarca chamam-se alternadamente Cristiano e Frederico - e se não sabem que actualmente é uma rainha, estais mesmo mal informados), o príncipe herdeiro, dizia eu, autoproclama-se rei da Noruega. Foi aceite pelo Parlamento (ou seja, meia dúzia de burgueses que se autoproclamaram representantes da nação), mas reinou durante escassos meses, pois o seu reinado foi perturbado por outra personagem histórica.

Carlos III João (XIV para os suecos), filho de um modesto advogado de Pau (no sul de França), seguiu a carreira militar, e aproveitando as oportunidades da época napoleónica, chegou a marechal do dito Napoleão. Aos 47 anos, foi adoptado pelo rei da Suécia, e tornando-se num caso de imigrante de primeira geração com sucesso, chega a chefe de estado sem sequer saber falar a língua do dito estado. Convence convincentemente os noruegueses que é melhor deixarem-lhe acumular o cargo com o de rei da Noruega, pois sempre era melhor deixá-lo ser rei do que levar no corpo e ainda assim tê-lo como rei.

Haakon VII customava-se chamar Cristiano antes de ser eleito plebescitariamente rei da Noruega em 1905, porque os noruegueses estavam fartos de ter um rei estrangeiro a tempo parcial. Por isso trocaram-no por outro rei estrangeiro, mas a tempo inteiro. Por isso, Cristiano trocou de nome, aprendeu a esquiar, e tornou-se símbolo da resistência quando os malvados porcos nazis invadiram o país em 1940.

O seu filho Olavo V, que se chamava Alexandre quando nasceu, veio para estas terras gélidas com dois anos, e sucedeu ao pai em 1957. Viria a tornar-se imensamente popular porque uma vez andou de eléctrico. Alegadamente, um postal muito popular há uns anos mostrava-o a fazer festas a um gatinho, sob o olhar do chefe de estado estrangeiro que por acaso visitava o país. Um tal Ramalho Eanes.
Quanto ao seu neto, Harald V, reside actualmente no Palácio Real (embora neste momento esteja internado no Hospital Nacional do outro lado da rua, pois vai ser operado na segunda: desejos sinceros de rápida recuparação deste republicano inveterado).

Algumas palavras sobre monarcas das outras terras gélidas, que não reinaram nestas:

Cristina da Suécia, a única rainha da história do país. Filha do grande campeão do protestantismo, Gustavo Vasa (cargo que acumulava com o de ministro da defesa), caído em batalha contra os malvados protestantes. Provando que quem sai aos seus não degenera é uma grande treta, converteu-se ao catolicismo e renunciou ao trono. Embora o filme com a Greta Garbo indique que o motivo terá sido uma paixão pelo embaixador espanhol, isso é pouco provável, levando em conta os rumores acerca das preferencias sexuais da majestade. Daí ser bastante famosa, como exemplo de pergunta traiçoeira, "com quem se casou a rainha Cristina da Suécia". Resposta: com ninguém.

Carlos XII já foi referido noutro artigo, como exemplo de rei (cargo que acumulava com o de ministro da defesa) traiçoramente tombado no campo de batalha.

Urho Kekkonen, embora não fosse rei, parecia-o, tendo exercido o cargo de Presidente da República Finlandesa durante 25 anos, com recurso a intriga da mais alta qualidade, conseguindo inclusivé que a União Soviética o apoiasse - por vezes de maneira pouca discreta- apesar de ser o protótipo de político burguês que seria dos primeiros contra a parede quando a revolução chegasse. A Finlândia era à época conhecida informalmente como Kekkoslovakia, o que leva mais a supor que Kekonnen seria mais o sobrevivente que Estaline customava deixar para mostrar que, como dizia a camarada Odete, não era tão mau tipo quanto isso.

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quarta-feira, dezembro 03, 2003

Reis e rainhas nórdicos
[Nordiske konger og dronninger]

Aparentemente, o Haakon Magnus, que é filho do rei ou coisa parecida, não vai poder gozar o mês de licença de paternidade habitual quando o seu primeiro rebento nascer em Janeiro, pois estará muito ocupado a ser regente devido à doença do senhor Haraldo.
Não vou entrar em pormenores sobre a família real, pois há inúmeras revistas em Portugal que farão o serviço melhor que eu. Aproveito no entanto a oportunidade para falar de alguns reis notáveis da história das terras gélidas.

Ao contrário dos reis medievais portugueses que tinham cognomes como «Conquistador» ou «Povoador», os reis da Noruega na idade dourada dos viquingues tinham nomes mais apelativos - tais como o Harald Hårfagre (da bela cabeleira, por ter segundo a lenda prometido não a cortar enquanto não fosse o único rei da Noruega, e cuja rua é ao lado da minha), o seu filho Erik Blodøks (machado sangrento, sem explicações necessárias), Harald Blåtann (dente azul) ou Svein Tjugeskjegg (barba bifurcada). Falar de rei da Noruega é no entanto um pouco anacrónico pois o paí­s estava dividido e vários reininhos, o que dava um significado algo violento à cultura de campanário.

Olav II Haraldsson (995-1030), Santo Olavo, patrono da Noruega foi canonizado pela Igreja Católica pelos seus serviços à fé cristã, nomeadamente massacrando de maneira um pouco sanguinária os pagãos. A sua popularidade póstuma parece estar às avessas com a impopularidade em vida, tendo tombado em batalha (eram os tempos em que os chefes de estado e os seus ministros da defesa também morriam nas guerras que organizavam).

Harald III (1015-1066) participou nessa batalha, escapuliu das terras gélidas para salvar a sua pele, lutando ao serviço do Império Bizantino no que é agora a Bulgária (cujas praias do Mar Negro são mais quentinhas), para mais tarde regressar, derrotar os seus oponentes, tentar a conquista de Inglaterra, e ser, como o Manchester United, derrotado em Stamford Bridge, numa batalha que lhe custou a vida.

Através de algum processo sucessório que nem eu compreendo muito bem, o trono da Noruega seguiu para mãos dinamarquesas, Margarida I (1353-1412), rainha da Dinamarca, da Suécia e da Noruega, provou no seu tempo que uma mulher conseguia ser uma intriguista tão boa como qualquer homem, conseguindo manobrar a união os três reinos durante o seu reinado sob a sua autoridade. A incompetência de Cristiano II levou à perda da Suécia, mas a Noruega ficaria unida à Dinamarca durante mais de 500 anos.

Dos reis da Dinarmarca que também o foram da Noruega (e cujo nome alternava entre Frederico e Cristiano), a personagem mais marcante foi talvez Cristiano IV, o tal que achou que Oslo não soava bem e que Cristiânia era melhor para o turismo. O rei era, ao contrário da maioria da sua dinastia, visita assí­duas nas terras ainda mais gélidas.

No próximo programa, vamos falar sobre outros monarcas marcantes destas terras gélidas.

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terça-feira, dezembro 02, 2003

Salvação para o Vålerenga. As garantias financeiras aceites, o clube pode contar com uma participação na primeira divisão no próximo ano - espero que menos vergonhosa que a deste ano. A vitória na Taça UEFA deste ano, emulando o exemplo de grandes clubes cujo nome não vamos citar, afigura-se, no entanto, mais complicada.

Cidades da Noruega
[Norske byer]

Dizer que a Noruega é Oslo e o resto é paisagem é obviamente falso, apesar de as paisagens seram muito mais espectaculares fora de Oslo. Assim, pelo menos algumas cidades norueguesas merecem uma menção. Aconselhamos o uso deste mapa pelo mais incautos.

Bergen, na parte ocidental do país, centro da região do Hordaland, é a segunda cidade do país. Antiga cidade hanseática, é um tradicional centro comercial e piscatório (mas alguem neste planeta gosta de arenque?)
Se alguma vez forem a Bergen, esperem chuva- até há máquinas de venda de guarda-chuva como noutros lugares há máquinas de preservativos. Piada berguense: turista americano para miúdo berguense: aqui nunca para de chover? Miúdo berguense para turista americano: não sei, só tenho doze anos.
Confesso que não faço ideia acerca das capacidades linguísticas do miúdo médio de doze anos em Bergen, mas suspeito que são superiores às do turista americano médio.
Para compensar a água que se mete em Bergen, o clube local é o Brann, que significa incêndio.

Mais a norte, Trondheim, centro do Trøndelag, é a terceira cidade do país. Primeira capital da nação e local das coroações na bela catedral de Nidaros desde o tempo do Carlos João (o da rua), centro universitário que a transformaria na Coimbra do Norte se não fosse a crónica dominância do Rosenborg no mundo futebolístico local, que torna mais apropriada uma comparação com a Invicta.

Stavanger, no Rogaland, a quarta cidade do reino, é a capital do petróleo e das petro-coroas, o que, dizem, a transforma numa das cidades mais cosmopolitas nas terras gélidas. O clube de futebol local, já agora, é o mesmo Viking que há uns anos... OK, OK, Miguel, eu calo-me.

Tromsø, nas terras negras do norte (pelo menos durante os meses de inverno), é igualmente uma importante cidade universitária. Isto porque é sempre possível ir para a «noite» por volta do meio-dia.

Uma palavra também para Karasjok, com os seus menos de 2000 habitantes, centro lapão por excelência, longe de tudo e de todos, excepto das renas, que superam os seres humanos no município numa proporção assustadora. Sendo o mapa que indiquei relativo à população humana, claro que Karasjok não aparece- se as renas contassem, era Oslo que não aparecia. Reparem que a página é bilingue, mas as renas com acesso à rede continuam sem informação na sua língua Natal (perceberam? rena, natal!!!). Aproveitam para visitar Karasjok via rede, porque chegar lá por outros meios de transporte é algo mais complicado. Mas é a viida (não, não é erro ortográfico: a planície da Lapónia central chama-se mesmo viida).
Na realidade, a comuna de Kautokeino é mais importante, mas temos que confessar que o nome Karasjok tem mais piada.

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segunda-feira, dezembro 01, 2003

E claro, na frente desportiva, a grande notícia é que a Suécia e a Dinamarca calharam no mesmo grupo. Os noruegueses vão provavelmente torcer pelas outras duas equipas do grupo.

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Ontem regressei ao Folkemuseum para colaborar na campanha de recolha de fundos para a Amnistia, vendendo velinhas e postais de natal, que podem ser enviados ao ditador de serviço na Birmânia, pedindo a libertação dos presos políticos.

Embora eu não tenha grande experiência no sector de vendas (imaginem-me em posição Estátua da Liberdade, com uma vela na mão direita e um panfleto na mão esquerda, e gritando baixinho: "Kjøp et lys og støtt Amnesty"), tivemos algum sucesso, vendendo quase uma centena de velinhas e inúmeros postais, e reunindo um considerável número de assinaturas que foram despachadas ao dito ditador. Claro que há sempre não-contribuintes, com a velha desculpa de que agora enviam SMS em vez de postais.

Entretanto, sugiro o envio de cartas para o Vietname, para ver se as autoridades locais ganham alguma vergonha.